A dona de casa Maria Cezária Martins mostra a cor da água que sai das torneiras. O tom meio esverdeado é por causa da falta de tratamento. Até um coador improvisado foi feito para tentar eliminar restos de lodo e lama. Dona Cezária diz ainda que a única utilidade da água é lavar roupa, menos as peças brancas e regar as plantas.
A dona de casa Nerci de Brito também vive o mesmo drama. Mora na comunidade há 55 anos. Nunca tinha convivido com um problema assim. Ela diz que até 2008, quando a água vinha pela adutora, a situação era outra.
- Era água boa e a água do açude só para o gasto. Agora tem que comprar – diz a dona de casa.
A comunidade Santo Antônio fica a 9km de Severiano Melo. No lugar, moram mais de 500 famílias. Para a maioria, a única alternativa é a água que vem do açude público. Por causa da estiagem desse ano, a reserva de água foi insuficiente.
- A gente vê aqui a situação do açude, com 10%, mais ou menos, da quantidade da água e imagine essa água secando como vai ficar a nossa situação aqui – comenta o presidente da associação comunitária, Sérgio Oliveira.
Alguns moradores precisam andar mais de 10 km diariamente pra conseguir água em açudes particulares, onde a água está em melhor estado. Quem tem condições compra em tanques puxados por tratores.
Problema, segundo os moradores, que poderia ser evitado se a adutora que corta a localidade estivesse funcionando. Neste local, estão os restos da tubulação por onde a água passava que foi embora com as fortes chuvas de 2008. De lá pra cá, nenhuma solução. Enquanto ela não chega, os mais de 2 mil moradores enfrentam outras dificuldades. Marleide Leite é uma das quatro agentes de saúde da comunidade. Toda semana é testemunha das doenças causadas pela água.
- Dá diarréia, doenças de pele e, inclusive, hepatite A. Já tem mais de 16 casos, alguns já confirmados em laboratório, algumas pessoas já estão tratadas e curadas, mas ainda tem bastante – conta a agente de saúde.
Nota
A InterTV Cabugi entrou em contato com a Caern, que faz o abastecimento da região, e o químico da companhia, Afonso Holanda, informou à produção que reconhece que a água fornecida é de péssima qualidade e que ainda hoje (24) vai enviar um técnico ao local. Ele disse ainda que o problema poderia ser resolvido com a volta do abastecimento pela adutora, mas que não há previsão para que isso seja feito.
Matéria do portal > www.in360.com.br
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